quinta-feira, 23 de junho de 2011

I Encontro de Autos Antigos da maquete

Ocorrerá neste fim de semana o 1o. encontro de autos antigos da Maquete. O cartaz já está sendo divulgado:


O evento concorre com o mais tradicional encontro de autos antigos, que acontece todos os anos em Águas de Lindóia. Maiores informações aqui.


O local escolhido é na área industrial da maquete. A participação será em massa. Para quem não conhece o evento, existe postagem aqui sobre o encontro do ano passado.


Testes prévios de disposição e espaço. Amanhã, início da exposição. Terá até clube do fusca!


Os preparativos já começaram, e durante todo o fim-de-semana os flashes serão publicados. A premiação se dará no domingo.


OK, Encontro aberto, o público começa a chegar:


Já da estação é possível avistar o evento






Como Fusca e puxa-saco tem em qualquer lugar, aqui esteve presente o clube do fusca:




Os compactos chamaram muito a atenção:


Messerschmidt, Isetta e Trabant:





O grande DKW, com motor de três cillindros e dois tempos:












Setor dos utilitários também esteve se apresentando:



quarta-feira, 8 de junho de 2011

A madeireira

Acabei por concluir que a maquete necessitaria de uma madeireira. Este era um setor indispensável nas companhias ferroviárias, pois forneciam material para a via ferroviária, além de móveis e estruturas.
Abaixo, a evolução desta construção:

1 -Marceneiros em ação:


O caminhão de toras chegando


O "capataz" cuidando de tudo.


2 - O máquinário dá um toque muito realista. É da "Model Trem"






3 - Como quase tudo na maquete, a proximidade dos trens é mandatória.


4 - O caminhão de toras, contribuiu muito com o cenário:


5
O local da madeireira é ao lado do "horto Guarani" já postado aqui.


6 - Testes de disposição e visualização, antes de chegar o "maquinário

7 - As pilhas de toras foram sendo construídas com gravetos, devidamente secos e fervidos, conforme aprendi em outro blog.


8 -Enquanto isto, nas proximidades da estação, o trânsito continua carregado....

domingo, 15 de maio de 2011

Nova Estação na Maquete

A maioria das maquetes que vejo, tem as estações da Frateschi: Campestre e/ou Eng. Passos. Gostaria de ter algo diferente em minha maquete.

Após várias visitas a estações ferroviárias, análise dos conceitos construtivos, cheguei a uma brilhante conclusão: não existe consenso quanto ao projeto de uma estação ferroviária. Apenas a Cia Paulista, tinha um padrão para as estações mais simples, bem representado pela "Campestre". As outras companhias também tinham um padrão, que era mais ou menos rigidamente seguido.



Fiquei muito impressionado pela suntuosidade de Cachoeira Paulista, e de outro lado, pela simplicidade de Mogi Mirim. Será que seria possível mesclar ambas? Misturei e saiu o que se vê abaixo.



Bem, o trabalho de modelagem não será fácil, e irei pedindo orientações e sugestões aos colegas. Também como a modelagem não é o meu forte, irei trabalhando com muita parcimônia. Mas acompanhem, irei postando aos poucos...

Esta estação implica em um trabalho intenso de modelagem. Estou usando o PVC expandido, que é um material bastante fácil de modelar, desde que utilizando as ferramentas próprias.
Está ficando assim:

 Por enquanto, trabalhando no lado esquerdo da estação
 Torreão Central e o depósito de mercadorias
Torreão esquerdo e a cerca metálica Um dos problemas é que a estação por ser grande, pode esconder outras construções da maquete. Por isto o espaço livre com a cerca.

Vista da estação colocada na maquete

Vista do corpo central




Parece que tem muita estação para pouca maquete. Veremos o resultado final.




segunda-feira, 4 de abril de 2011

Estações do Vale do Paraíba - Cachoeira Paulista


Das estações ferroviárias do Vale do Paraíba, sem dúvida a mais suntuosa, sempre foi a de Cachoeira Paulista. No entanto hoje (mar-2011) seu estado de conservação é desesperador! Um morador, que tem sua residência na mesma rua da estação, descreveu-a como a "cracolandia de Cachoeira". Desnecessário explicar mais.....

Esta estação foi construída na margem direita do Rio Paraiba, antigo Rio dos Surubis na época das entradas e bandeiras, que tinham no rio o caminho natural para atingir as Minas Gerais, partindo da capitania de S. Vicente.



A imponência desta estação vem do fato dela ter sido construida para ser o ponto de encontro da Estrada de ferro do Imperador vinda da capital do Império, com a estrada de ferro do Norte, futura Central do Brasil, que era obra de um "consorcio" de fazendeiros paulistas, proveniente de S. Paulo, da estação do Norte.


Na realidade, o encontro das duas ferrovias somente ocorreria em 1890, com o término da construção da ponte de ferro sobre o Rio Paraiba. Ocorria que a ferrovia do Imperador vinha em bitola larga e chegava a margem esquerda, em um local chamado "Comuna", e no porto de Mão Fria. A ferrovia do Norte, construída pelos fazendeiros paulistas, chegava em bitola métrica (devido a benefícios fiscais) nesta estação, mas na margem direita. Então primeiro era necessário o transbordo através de balsas (balsas dos irmãos Porto), de uma ferrovia a outra, e depois da ponte pronta, ainda era necessária a baldeação devido a diferença de bitola. A bitola somente seria unificada em 1908.


Em foto anterior a 1930, dos arquivos do Sr. Percy, vemos a estação, que com toda sua grandeza, é difícil de ser enquadrada em uma foto só, e a ponte que uniu as duas margens do Paraiba. Construída em ferro e alvenaria, foi bombardeada pela ocasião da revolução de 1932, para deter o avanço das forças federais contra as tropas paulistas. Tenha-se em conta que as mais sangrentas batalhas de confronto entre Paulistas e governistas, ocorreram nesta região do Vale do Paraiba. Aliás, Silveiras, Cruzeiro, Cunha, e muitas outras cidades do Vale tem capítulos riquíssimos sobre os confrotos de 32.

A Ponte, dinamitada pelos próprios paulistas, numa tentativa de conter o avanço das tropas federais.


O "Torreão Central", chegou a sediar a sede da Intendência, que seria a precursora da prefeitura. A prefeitura de Cachoeira só teve sede propria a partir de 1920. Os intendentes eram normalmente fazendeiros da região, raramente com algum preparo para coordenar os trabalhos relacionados ao cargo, e eram nomeados pelos governadores ou interventores do Estado de S. Paulo. Sua gestão raramente alcançava a duração de um ano. Trocado o interventor do estado, trocavam-se os intendentes das vilas.

A estação contava com suas plataformas de mais de 200 metros, que acomodavam com folga composições inteiras. Havia o bar, com portas de acesso para as duas plataformas e com ampla capacidade para atender todos os viajantes.




De cada lado do Torreão, haviam depósitos com capacidade para estocar milhares de sacos de café, o principal produto da época, e que movia a economia do Vale do Paraiba.

Testemunho do vendedor de jornais da época que reproduzo: lembro-me da estação nos idos de 1930 / 40, quando vendia jornais e revistas . Tinha que retirar os pacotes dos carros de correio nos trens diurnos e noturnos. Os trens circulavam na seguinte proporção: 2 expressos, 1 expressinho, 2 noturnos, 2 leitos e 2 especiais.

Com todo o movimento que a estação propiciava, as imediações do prédio foram formando um núcleo comercial e determinando o ponto central da cidade. A estação foi a responsável por transferir a cidade da margem esquerda para a direita.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Quem viveu, sabe

Quando voltei do encontro de ferromdelismo de S. Carlos, edição 2010, um dos melhores que já conheci, mandei a foto que segue abaixo ao meu amigo Lino, de Parapuã:


Este vagão modelado pelo Marcos Ramos me fez lembrar imediatamente do Lino. A Anderson Clayton mantinha uma unidade em Parapuã, na qual ele trabalhava. Comenta ele sobre este vagão:

o vagão para transporte de óleo vegetal era assim mesmo:
preto, tinha o logotipo da Anderson Clayton e abaixo do logotipo tinha escrito Anderson Clayton.

Os vagões mais antigos de transporte de óleo, anteriores a este, tinham um logotipo
diferente, que eram as letras ACCO com uma flexa sobreposta, as letras no sentido longitudinal.
Isso é raridade rarissima creio que impossível encontrar um, possivelmente não exista mais nenhum por ai.

ACCO significava (Anderson Clayton CO) e depois de 1964 praticamente todas as empresas estrangeiras com medo de serem incampadas mudaram seus nomes ex: Ford Motor Company, para Ford do Brasil, etc... e a Anderson Clayton mudou para Anderson Clayton Industria e Comercio S/A.

terça-feira, 15 de março de 2011

Mais histórias de um usuário

Realmente, nada como ouvir os testemunhos de quem utilizava os trens como meio de transporte no seu cotidiano.
Tenho o orgulho de ter como meu amigo o Lino, que através de suas histórias, me empolgou a ler e conhecer mais sobre os trens, visto que eu mesmo pouco havia andado de trem.
Através dele e de suas histórias, fui me empolgando e realizei meu velho sonho de tornar-me ferromodelista.
A seguir outra de suas histórias:
Tinha um chefe de trem, um senhor de cor, que morava em Marilia, gente finissima e que quando era ele o chefe do "trem das 11" como chamavamos o nosso trem de retorno da escola, durante a parada na estação de Osvaldo Cruz , nós os estudantes, o convidavamos para ir ate o bar de um japones que ficava em frente a estação, compravamos paçoquinhas e ele dava "aquele" tapa de pinga com cinzano.
Se ele não autorizasse o trem não saia, era ele quem dava o apito para o maquinista seguir viagem, porem tudo sem atraso. Era a nossa garantia de que o trem não partiria sem nós!



Roteiro Iacri a Adamantina ( clique na imagem p/ ver ampliado )

quinta-feira, 3 de março de 2011

Frota de Locomotivas aumentando

Foram somente três locomotivas modelo ALCO PA-1 que a Cia Paulista chegou a possuir. Porem tem sua importância histórica. Hoje, o que deve restar delas é apenas ferrugem!




O forte estímulo a ter esta locomotiva, veio de meu amigo Lino, natural de Parapuã, que conta muitas histórias sobre os trens da Paulista. Compartilho com os leitores uma delas:

Quanto à Locomotiva, me lembro que eram 2 que iam de Bauru a Panorama, cujas numerações eram 600, 601 e se não me engano tinha uma terceira que tinha a numeração 602, e eram chamadas pelo pessoal da paulista de JABURU (meu tio era maquinista) .
Em Bauru elas eram substituidas por maquinas elétricas e elas voltavam para Panorama.
Elas puxavam os trens de passageiros, com maior frequencia os trens de luxo, que eram
denominados de trem "R" e vagões de carga.
Eu ia estudar em Adamantina e pegava o trem de luxo "R" que passava em Parapuã impreterivelmente às 7:00 da noite (sem atraso) e voltava para Parapuã, no trem "J" que chegava em Parapuã impreterivelmente às 11:40 da noite.
O trem "J" era de madeira, mas tinha primeira e segunda classe, vagão do correio, vagão do chefe do trem, e o vagão dormitório. Quando o trem chegava em Marilia era adicionado um outro vagão dormitório e mais vagões de segunda e de primeira classe. Se não me engano no trem noturno não tinha carro restaurante, se era anexado à composição era somente a partir de Bauru.
Ainda hoje tenho na memoria, o garçon passando empurrando um carrinho de bebidas dizendo: Olha o guaranaáá, maçanzinha, sodinhaaaaa, quando não era o garçon novamente oferecendo: Olha o Sanduiche, Olha o sanduicheeee,..... ainda sinto o cheiro daqueles sanduichões de mortadela. Minha nossa... como era gostoso um sanduichão daqueles e uma maçanzinha.
Tinha o vendedor de revista que vendia "catecismos" para os estudantes.
Tinha o seu Cezar que era um picotador de bilhetes que morava em Marilia, muito de bem com a vida, ele era poeta e vez em quando mostrava pra gente as obras dele.
Me lembro que um dia ele entrou no nosso vagão (estudantes eramos uns 40 mais ou menos, era gente de Iacri, Parapuã, Osvaldo Cruz, Inubia, e Lucelia), como ia dizendo o Sr. Cezar entrou em nosso vagão anunciando que a proxima cidade era Osvaldo Cruz... mas ele falava Osvárdo Cruiz
e as meninas de Osvaldo Cruz disseram pra ele: Seu Cezar não é Osvárdo Cruiz , é Oswaldo Cruz......ele respondeu : pra merca que é Osvárdo Cruiz ta muito bom.
Xi tem muitas historias....
O trem era uma cidade.



O Trem "J" puxado pela PA-1