quinta-feira, 17 de março de 2011

Quem viveu, sabe

Quando voltei do encontro de ferromdelismo de S. Carlos, edição 2010, um dos melhores que já conheci, mandei a foto que segue abaixo ao meu amigo Lino, de Parapuã:


Este vagão modelado pelo Marcos Ramos me fez lembrar imediatamente do Lino. A Anderson Clayton mantinha uma unidade em Parapuã, na qual ele trabalhava. Comenta ele sobre este vagão:

o vagão para transporte de óleo vegetal era assim mesmo:
preto, tinha o logotipo da Anderson Clayton e abaixo do logotipo tinha escrito Anderson Clayton.

Os vagões mais antigos de transporte de óleo, anteriores a este, tinham um logotipo
diferente, que eram as letras ACCO com uma flexa sobreposta, as letras no sentido longitudinal.
Isso é raridade rarissima creio que impossível encontrar um, possivelmente não exista mais nenhum por ai.

ACCO significava (Anderson Clayton CO) e depois de 1964 praticamente todas as empresas estrangeiras com medo de serem incampadas mudaram seus nomes ex: Ford Motor Company, para Ford do Brasil, etc... e a Anderson Clayton mudou para Anderson Clayton Industria e Comercio S/A.

terça-feira, 15 de março de 2011

Mais histórias de um usuário

Realmente, nada como ouvir os testemunhos de quem utilizava os trens como meio de transporte no seu cotidiano.
Tenho o orgulho de ter como meu amigo o Lino, que através de suas histórias, me empolgou a ler e conhecer mais sobre os trens, visto que eu mesmo pouco havia andado de trem.
Através dele e de suas histórias, fui me empolgando e realizei meu velho sonho de tornar-me ferromodelista.
A seguir outra de suas histórias:
Tinha um chefe de trem, um senhor de cor, que morava em Marilia, gente finissima e que quando era ele o chefe do "trem das 11" como chamavamos o nosso trem de retorno da escola, durante a parada na estação de Osvaldo Cruz , nós os estudantes, o convidavamos para ir ate o bar de um japones que ficava em frente a estação, compravamos paçoquinhas e ele dava "aquele" tapa de pinga com cinzano.
Se ele não autorizasse o trem não saia, era ele quem dava o apito para o maquinista seguir viagem, porem tudo sem atraso. Era a nossa garantia de que o trem não partiria sem nós!



Roteiro Iacri a Adamantina ( clique na imagem p/ ver ampliado )

quinta-feira, 3 de março de 2011

Frota de Locomotivas aumentando

Foram somente três locomotivas modelo ALCO PA-1 que a Cia Paulista chegou a possuir. Porem tem sua importância histórica. Hoje, o que deve restar delas é apenas ferrugem!




O forte estímulo a ter esta locomotiva, veio de meu amigo Lino, natural de Parapuã, que conta muitas histórias sobre os trens da Paulista. Compartilho com os leitores uma delas:

Quanto à Locomotiva, me lembro que eram 2 que iam de Bauru a Panorama, cujas numerações eram 600, 601 e se não me engano tinha uma terceira que tinha a numeração 602, e eram chamadas pelo pessoal da paulista de JABURU (meu tio era maquinista) .
Em Bauru elas eram substituidas por maquinas elétricas e elas voltavam para Panorama.
Elas puxavam os trens de passageiros, com maior frequencia os trens de luxo, que eram
denominados de trem "R" e vagões de carga.
Eu ia estudar em Adamantina e pegava o trem de luxo "R" que passava em Parapuã impreterivelmente às 7:00 da noite (sem atraso) e voltava para Parapuã, no trem "J" que chegava em Parapuã impreterivelmente às 11:40 da noite.
O trem "J" era de madeira, mas tinha primeira e segunda classe, vagão do correio, vagão do chefe do trem, e o vagão dormitório. Quando o trem chegava em Marilia era adicionado um outro vagão dormitório e mais vagões de segunda e de primeira classe. Se não me engano no trem noturno não tinha carro restaurante, se era anexado à composição era somente a partir de Bauru.
Ainda hoje tenho na memoria, o garçon passando empurrando um carrinho de bebidas dizendo: Olha o guaranaáá, maçanzinha, sodinhaaaaa, quando não era o garçon novamente oferecendo: Olha o Sanduiche, Olha o sanduicheeee,..... ainda sinto o cheiro daqueles sanduichões de mortadela. Minha nossa... como era gostoso um sanduichão daqueles e uma maçanzinha.
Tinha o vendedor de revista que vendia "catecismos" para os estudantes.
Tinha o seu Cezar que era um picotador de bilhetes que morava em Marilia, muito de bem com a vida, ele era poeta e vez em quando mostrava pra gente as obras dele.
Me lembro que um dia ele entrou no nosso vagão (estudantes eramos uns 40 mais ou menos, era gente de Iacri, Parapuã, Osvaldo Cruz, Inubia, e Lucelia), como ia dizendo o Sr. Cezar entrou em nosso vagão anunciando que a proxima cidade era Osvaldo Cruz... mas ele falava Osvárdo Cruiz
e as meninas de Osvaldo Cruz disseram pra ele: Seu Cezar não é Osvárdo Cruiz , é Oswaldo Cruz......ele respondeu : pra merca que é Osvárdo Cruiz ta muito bom.
Xi tem muitas historias....
O trem era uma cidade.



O Trem "J" puxado pela PA-1