Como coloquei um trem da CP rodando em minha maquete, fui estudar um pouco desta companhia e fiquei fascinado pela sua rica história.
Conversando com meu amigo Lino, antigo morador de Parapuã e usuário dos trens da Paulista, foi um testemunho enriquecedor, e me estimulou a visitar o museu da CP, em Jundiaí, SP. Decepção....
O museu está onde foram as oficinas da CP, transferidas de Campinas, que graças a epidemia de febre amarela e a falta de espaço naquela cidade, foram construidas em Jundiaí - gigantescas - difícil até de acreditar, para a época. Ao lado, a maquete do que eram estas oficinas.
Porém o que vemos hoje, são poucos móveis e utensílios, e sentimos esforços hercúleos de alguns para tentar manter a memória desta companhia ferroviária que foi provavelmente um exemplo, e deveria ser seguido até hoje.
Esperava ver locomotivas, vagões e outros materiais ferroviários, porém só vi abandono, ferrugem e prédios desabando.
Consegui fotografar o interno de um galpão - inacessível - onde notamos que existe material a ser exposto, porém faltam recursos para viabilizar esta exibição. Telhados parcialmente desmoronados, prédios sem a devida manutenção, do que foi a maior companhia de transporte ferroviário de S. Paulo, me deixaram com um sentimento de vazio e decepção.
O que foi uma escandalosa V8, hoje se rende a ferrugem e a ação do tempo, já com a pintura da Fepasa, agonizando sob as intempéries.
Anos atrás, visitei o museu de Paranapiacaba, que embora também carente de um melhor estado de conservação, concluo hoje que está mais bem preservado que este da CP.
Quando vamos á Europa, e encontramos construções de mais de 800, 1000, 2000 anos, e todo o cuidado com a preservação de cidades e de suas histórias, vemos que temos muito a aprender com o Velho Mundo.
Preservar para as futuras gerações, é antes de mais nada, cultura, educação. É o que nos falta!
Talvez os ferromodelistas possam através de suas maquetes, incorporar um pouco da história do transporte ferroviário brasileiro. Merece uma reflexão....
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